Professor: Mauro
Turmas: 1º A, B, C, D
Conteúdo
Aula 02: Pressupostos e subentendidos
Música "Apenas mais uma de
amor" (Lulu Santos)
“Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Subentendido
Como uma ideia que existe na cabeça
E não tem a menor obrigação de acontecer
Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então,
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer.” (Lulu Santos)
1. Pressupostos – são ideias expressas de maneira explícita (clara), que surgem a partir do sentido de certa palavra.
Ex.: “O aluno ganhou o seu terceiro notebook na prova do SAERJ”.
# O que a palavra “terceiro” pressupõe?
Resposta: Que o aluno já ganhara outros 2 antes.
2. Subentendidos – são insinuações, não marcadas no texto, em que o sentido só é observado no contexto, isto é, “nas entrelinhas”.
Ex.: “O aluno ganhou notebook na prova do SAERJ de novo!”
# O que está subentendido nesta fala dita em tom de indignação?
Resposta: Que a pessoa sente uma certa inveja com a conquista do outro.
# Obs.: o subentendido serve para o falante proteger-se, para não se comprometer.
Exercícios:
1. Identifique as informações pressupostas nas frases abaixo:
a) “Capital da Líbia volta a ser bombardeada”
b) “Estado do Rio registra primeiro caso de dengue tipo 4”
c) “Para Ronaldinho Gaúcho, proposta do Flamengo foi a melhor”
d) “Botafogo ainda não definiu treinador”
e) “Abel Braga volta a treinar o Fluminense”
f) “Vasco busca título inédito da Copa do Brasil”
Aula 02: Ambiguidade
A ambiguidade surge quando algo que está sendo dito admite mais de um sentido, comprometendo a compreensão do conteúdo. A inadequação de elementos podem acarretar em duplo sentido, comprometendo a clareza do texto.
Uma das estratégias para evitar esses problemas é a revisão dos textos. É preciso estar atento à construção de orações para evitar ambiguidades.
Você poderá rir e se divertir com alguns exemplos nas piadas abaixo. Mas lembre-se: em mensagens empresarias, a ambiguidade não tem graça nenhuma!
- Qual o seu maior sonho de consumo?
- Quero morar um dia na praia.
- Mas só um?
_______________________
- Doutor, já quebrei o braço em vários lugares.
- Se eu fosse o senhor, não voltava mais para esses lugares.
_______________________
- Não deixe sua cadela entrar na minha casa de novo. Ela está cheia de pulgas.
- Diana, não entre nessa casa de novo. Ela está cheia de pulgas.
_______________________
Em uma festa, o secretário do presidente fila um cigarro. O presidente comenta:
- Não sabia que você fumava.
- Eu fumo, mas não trago.
- Pois devia trazer.
_______________________
O bêbado está no consultório e o médico diz:
- Eu não atendo bêbado.
- Quando senhor estiver bom eu volto. - disse o bêbado
Aula 03: Variações linguísticas
A língua portuguesa encontra-se em constante alteração, evolução e atualização, não sendo um sistema estático e fechado. O uso faz a regra e os falantes usam a língua de modo a suprir suas necessidades comunicativas, adaptando-a conforme suas intenções e necessidades.
Sendo uma sociedade complexa, formada por diferentes grupos sociais, com diferentes hábitos linguísticos e diferentes graus de escolarização, ocorrem variações na língua, principalmente de caráter local, temporal e social.
Nem todas as variações linguísticas usufruem do mesmo prestígio, sendo algumas consideradas menos cultas. Contudo, todas as variações devem ser encaradas como fator de enriquecimento e cultura e não como erros ou desvios.
Tipos de variação
As variações linguísticas ocorrem principalmente nos âmbitos geográficos, temporais e sociais.
Variações regionais (diatópicas ou geográficas)
São variações que ocorrem de acordo com o local onde vivem os falantes, sofrendo sua influência. Este tipo de variação ocorre porque diferentes regiões têm diferentes culturas, com diferentes hábitos, modos e tradições, estabelecendo assim diferentes estruturas linguísticas.
Exemplos de variações regionais:
· Diferentes palavras para os mesmos conceitos;
· Diferentes sotaques, dialetos e falares;
· Reduções de palavras ou perdas de fonemas.
Variações históricas (diacrônicas)
São variações que ocorrem de acordo com as diferentes épocas vividas pelos falantes, sendo possível distinguir o português arcaico do português moderno, bem como diversas palavras que ficam em desuso.
Exemplos de variações históricas:
· Expressões que caíram em desuso;
· Grafemas que caíram em desuso;
· Vocabulário típico de uma determinada faixa etária.
Variações sociais (diastráticas)
São variações que ocorrem de acordo com os hábitos e cultura de diferentes grupos sociais. Este tipo de variação ocorre porque diferentes grupos sociais possuem diferentes conhecimentos, modos de atuação e sistemas de comunicação.
Exemplos de variações sociais:
· Gírias próprias de um grupo com interesse comum, como os skatistas.
· Jargões próprios de um grupo profissional, como os policiais.
Variações situacionais (diafásicas)
São variações que ocorrem de acordo com o contexto ou situação em que decorre o processo comunicativo. Há momentos em que é utilizado um registro formal e outros em que é utilizado um registro informal.
Exemplos de variações situacionais:
· Linguagem formal, considerada mais prestigiada e culta, usada quando não há familiaridade entre os interlocutores da comunicação ou em situações que requerem uma maior seriedade.
· Linguagem informal, considerada menos prestigiada e culta, usada quando há familiaridade entre os interlocutores da comunicação ou em situações descontraídas.
Campo Grande, MS - 10/03/2017
Professor: Mauro
Turmas: 1º A, B, C, D
Exercícios de Língua Portuguesa
1. Utilizamos a
linguagem coloquial em qual situação:
a. Durante uma entrevista de emprego
b. Durante uma conversa com os amigos
c. Numa palestra para o público
d. Na sala de aula com a professora
b. Durante uma conversa com os amigos
c. Numa palestra para o público
d. Na sala de aula com a professora
2. Transforme os discursos abaixo, apresentados na linguagem
informal, para a linguagem formal:
Doeu pra caramba a injeção.
Fui na casa da Mariana porque tava rolando uma festa manera.
O Filipe ficô babando na Cíntia.
Tem uma galera muito sem noção.
E aê Brother, como cê tá?
Fui na casa da Mariana porque tava rolando uma festa manera.
O Filipe ficô babando na Cíntia.
Tem uma galera muito sem noção.
E aê Brother, como cê tá?
3. (SAEB) Luz sob a porta
— E
sabem que que o cara fez? Imaginem só: me deu a maior cantada! Lá, gente, na
porta de minha casa! Não é ousadia demais?
— E
você?
— Eu?
Dei telogo e bença pra ele; engraçadinho, quem ele pensou que eu era?
— Que
eu fosse.
— Quem
tá de copo vazio aí?
— Vê
se baixa um pouco essa eletrola, quer pôr a gente surdo?
O padrão de linguagem usado no texto
sugere que se trata de um falante
a)
escrupuloso em ambiente de trabalho.
b)
ajustado às situações informais.
c)
rigoroso na precisão vocabular.
d)
exato quanto à pronúncia de palavras.
e)
contrário ao uso de expressões populares.
04) Observe a tirinha abaixo:
Sobre a linguagem utilizada pelos
personagens, podemos afirmar que
a)
necessita de correções para ter valor.
b) é inadequada para uma
situação informal.
c) é imprópria, porque não
respeita a norma culta.
d) é adequada, pois
registra uma fala regional.
e) é inaceitável em
qualquer situação.
Texto
para as questões 19 e 20 (ENEM ):
Para falar e escrever bem, é preciso,
além de conhecer o padrão formal da Língua Portuguesa, saber adequar o uso da
linguagem ao contexto discursivo. Para exemplificar este fato, seu professor de
Língua Portuguesa convida-o a ler o texto Aí,
Galera, de Luís Fernando Veríssimo. No texto, o autor brinca com situações
de discurso oral que fogem à expectativa do ouvinte.
Aí,
Galera
Jogadores de futebol podem ser vítimas de
estereotipação. Por exemplo, você pode imaginar um jogador de futebol dizendo
“estereotipação”? E, no entanto, por que não?
— Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera.
— Minha saudação aos aficionados do clube e
aos demais esportistas, aqui presentes ou no recesso dos seus lares.
— Como
é?
— Aí, galera.
— Quais são as instruções do técnico?
— Nosso treinador vaticinou que, com um
trabalho de contenção coordenada, com energia otimizada, na zona de preparação,
aumentam as probabilidades de, recuperado o esférico, concatenarmos um
contragolpe agudo com parcimônia de meios e extrema objetividade, valendo-nos
da desestruturação momentânea do sistema oposto, surpreendido pela reversão
inesperada do fluxo da ação.
— Ahn?
— É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá
eles sem calça.
— Certo. Você quer dizer mais alguma coisa?
— Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental,
algo banal, talvez mesmo previsível e piegas, a uma pessoa à qual sou ligado
por razões, inclusive, genéticas?
— Pode.
— Uma saudação para a minha genitora.
— Como é?
— Alô, mamãe!
— Estou vendo que você é um, um...
— Um jogador que confunde o entrevistador,
pois não corresponde à expectativa de que o atleta seja um ser algo primitivo
com dificuldade de expressão e assim sabota a estereotipação?
— Estere o quê?
— Um chato?
— Isso.
05)
O texto Aí, Galera retrata duas situações relacionadas que fogem à
expectativa do público. São elas:
a) a
saudação do jogador aos fãs do clube, no início da entrevista, e a saudação
final dirigida à sua mãe.
b) a
linguagem muito formal do jogador, inadequada à situação da entrevista, e um
jogador que fala, com desenvoltura, de modo muito rebuscado.
c) o
uso da expressão “galera”, por parte do entrevistador, e da expressão
“progenitora”, por parte do jogador.
d) o
desconhecimento, por parte do entrevistador, da palavra “esterotipação”, e a
fala do jogador em “é pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem
calça”.
e) o
fato de os jogadores de futebol serem vítimas de estereotipação e o jogador
entrevistado não corresponder ao estereótipo.
06)
O texto mostra uma situação em que a linguagem usada é inadequada ao contexto. Considerando
as diferenças entre língua oral e língua escrita, assinale a opção que
representa também uma inadequação da linguagem usada ao contexto:
a) “ o
carro bateu e capotô, mas num deu pra vê direito” – um pedestre que assistiu ao
acidente comenta com o outro que vai passando.
b) “E
aí, ô meu! Como vai essa força?” – um jovem que fala para um amigo.
c) “Só
um instante, por favor. Eu gostaria de fazer uma observação” – alguém comenta
em uma reunião de trabalho.
d)
“Venho manifestar meu interesse em candidatar-me ao cargo de Secretária
Executiva desta conceituada empresa” – alguém que escreve uma carta
candidatando-se a um emprego.
e)
“Porque se a gente não resolve as coisas como têm que ser, a gente corre o
risco de termos, num futuro próximo, muito pouca comida nos lares brasileiros”
– um professor universitário em um congresso.
07- Coloque: (1) DENOTAÇÃO; (2)
CONOTAÇÃO.
( )
Relampejou durante toda a noite.
( )
Seus olhos relampejaram de ódio.
( ) A
tristeza e a alegria moram no morro.
( )
Fecha-se a pálpebra do dia.
( )
Fecha-se a pálpebra muitas vezes ao dia.
( ) O
carro voava pelas ruas da cidade.
( ) O
avião voava pelo ar.
( ) “O
livro caindo n’alma , é germe que faz apalma”.
( )
Esta cidade à noite é uma verdadeira Sodoma.
( )
“Que saudades da aurora da minha vida”.
( ) O
cearense tem cabeça chata.
( )
Rui Barbosa era uma grande cabeça.
( )
“Serra magra e ossuda”.
( )
Entregou a alma ao Criador.
( ) O
rapaz roubou-lhe dois beijos.
( )
Todas as suas joias foram roubadas.
( ) As
asas cortam os céus.
( )As
velas cortam os mares.
08) Reescreva as frases e, elimine a
ambiguidade nelas.
a)
Aquela velha senhora encontrou o garotinho em seu quarto.
B)
Sentado na varanda, o menino avistou um mendigo.
C)
Gabriela pegou o estojo vazio da aliança de diamantes que estava sobre a cama.
09) Escreva os pressupostos dos
enunciados abaixo.
a)
Petrobrás é vítima de novos furtos.
b) Dengue vira risco de epidemia em BH.
d) O
caso da corrupção tornou-se público.
e) Os
resultados da pesquisa ainda não chegaram até nós
10) Leia a tirinha abaixo e escreva o
pressuposto do último quadrinho.
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